sexta-feira, 6 de maio de 2011

CINE PE: "VAMOS FAZER UM BRINDE" TRAZ AFETIVIDADE A BAIXO CUSTO.



Celso Sabadin, especial de Recife.

No Festival de Tiradentes deste ano, um curta metragista cujo nome não lembro agora ganhou uma premiação – em dinheiro e serviços técnicos – boa o suficiente para que ele realize um novo curta. Quando o rapaz subiu no palco para receber seus prêmios, alguém gritou na plateia: “Não deixa o Cavi pegar porque com isso ele faz três longas!”. Esta é a fama de Cavi Borges, ex-dono de videolocadora, produtor, diretor e roteirista carioca ainda anônimo para o grande público, mas bastante conhecido no circuito de festivais de cinema pelo Brasil. Um de seus principais atributos é saber conceber e realizar curtas e longas de qualidade com baixíssimos orçamentos. Só o site Porta Curtas, por exemplo, registra 30 filmes com o nome de Cavi na ficha técnica. Fora longas como “Pretérito Perfeito”, “Vida de Balconista”, “Riscado” e agora “Vamos Fazer um Brinde”, que ele produz e codirige com Sabrina Rosa. O filme foi exibido ontem (03/05) pela primeira vez ao público na Mostra Competitiva do 15º. CINE PE. Tudo acontece durante uma única noite, num único ambiente. Mais precisamente numa pequena festa de reveillon entre amigas. Num apartamento qualquer, num bairro qualquer de uma cidade brasileira qualquer, a passagem do ano é aguardada com ansiedade por este grupo de amigas de infância. Como sempre acontece nos dias 31 de dezembro, sonhos são renovados, esperanças ganham novos ânimos, balanços emocionais são contabilizados, antigas pendências emotivas vêm à tona.
Desenhando personagens carismáticos interpretados com competência por um jovem elenco, “Vamos Fazer um Brinde” discute um pouco destas questões. Corações partidos, fidelidade, amizade, sexo, casamento, tudo é abordado sem grandes pretensões neste filme afetivo e carinhoso. A direção é segura o suficiente para que a ação transcorra de maneira fluida, sem a suposta claustrofobia que a filmagem dentro de um único apartamento poderia fazer supor. Em poucos minutos, o filme consegue desenvolver em seus personagens uma empatia necessária para que, de uma forma ou de outra, o público se interesse pelos destinos dos mesmos. Não é pouco. Quase minimalista, “Vamos Fazer um Brinde” não será o filme que introduzirá Cavi Borges ao chamado “grande público” do cinema brasileiro. Mas é mais um de sua já extensa filmografia a firmá-lo e confirmá-lo com um cineasta de talento para manusear satisfatoriamente pequenos orçamentos. Além de revelar o talento de sua jovem codiretora Sabrina Rosa. São nomes para prestar atenção. Celso Sabadin viajou a Recife a convite da organização do evento.

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